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1974, Belo Horizonte, MG. Vive e trabalha no São Paulo, SP.

Transitando entre instalação, escultura e elementos da arquitetura, a prática de Lais Myrrha se estabelece ao redor dos instrumentos que mediam nossa ocupação do espaço. Ao incitar uma experiência, seu trabalho evidencia a relação entre o lugar físico e o lugar simbólico destacando o caráter arbitrário e os discursos de poder que as convenções e sistemas de representação nos denotam. Fundamentalmente, seus trabalhos estão distribuídos em quatro zonas, que muitas vezes se interseccionam: Atlas, Zona de instabilidade, Estudos de casos e Crônicas.

A primeira compreende uma série de trabalhos com mapas, instrumentos de medição, dicionários, almanaques e livros, nos quais Myrrha interfere para criar comentários que possam tornar visíveis e, assim, pensáveis, os modos e sistemas de representação, bem
como seus parâmetros e marcos. A Zona de instabilidade é constituída de obras em que a permanência e o equilíbrio parecem falhos e/ou precários. Nos Estudos de casos destaca elementos da arquitetura e do modernismo, menos por questões relativas à arquitetura propriamente dita do que pelas imagens produzidas por ela como se fosse uma máquina projetiva das fantasmagorias do poder. Por fim, as Crônicas são comentários visuais e textuais sobre acontecimentos observados em seu dia a dia, seja por meio dos deslocamentos diários pela cidade em que vive ou pelas quais passa, seja pelos noticiários.

Myrrha é doutoranda e mestre em Artes Visuais pela Escola de Belas-Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. Desde 1998, participa de diversas exposições coletivas e individuais, com destaque para: 37º Panorama da Arte Brasileira – Sob as cinzas, brasa, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil (2022); MemoriAntonia, Centro Universitário Maria Antônia, São Paulo, SP (2021); 13ª Bienal de La Habana: La construcción de lo possible, Havana, Cuba (2019); 12ª Bienal de Gwangju: Bordas Imaginadas, Gwangju, Coréia do Sul (2018); Intervenções Urbanas, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, RJ (2017); Metrópole: Experiência Paulistana, Pinacoteca de São Paulo, SP (2017); 32º Bienal de São Paulo: Incerteza viva - Itinerância, Fundação Serralves, Porto, Portugal (2017); Condemned To Be Modern, Los Angeles Municipal Art Gallery, Los Angeles, EUA (2017); Avenida Paulista, Museu de Arte de São Paulo (MASP), São Paulo, SP (2017); 32ª Bienal Internacional de São Paulo – Incerteza viva, SP (2016); Brasil, Beleza?!, Museum Beelden aan Zee, Den Haag, Holanda (2016); 18º Festival Internacional de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, São Paulo, SP (2013); Blind Field, Krannert Art Museum e Kinkead Pavillion, Champaign, Illinois, EUA (2013); 8ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre, RS (2011).

Dentre suas principais exposições individuais, estão: O condensador de futuros, Pinacoteca de São Paulo, SP (2021); Lais Myrrha: Infinite Column, Blanton Museum, Austin, EUA (2017); Reparation of Damages, Broadway 1602, Nova York, EUA (2017); Corpo de Prova, Sesc Bom Retiro, São Paulo, SP (2017); O instante interminável, Galeria Jaqueline Martins, São Paulo, SP (2016); Projeto Gameleira 1971, Pivô, São Paulo, SP (2014); Arquitetura Temporã, Galeria Manoel Macedo, Belo Horizonte, MG (2014); Zona de Instabilidade, Caixa Cultural, São Paulo, SP (2013); Border Game, Millan, São Paulo, SP (2009), entre outras. Myrrha foi contemplada com os prêmios: Prêmio Honra ao mérito Arte e Patrimônio, Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ (2013); Bolsa Funarte de Estímulo à Produção em Artes Visuais, FUNARTE, Rio de Janeiro, RJ (2012); Bolsa Pampulha do Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, MG (2003). Seus trabalhos estão presentes nas coleções dos museus Blanton Museum of Art: The University of Texas (Austin, EUA); Fundação de Serralves (Porto, Portugal); Museu de Arte do Rio (Rio de Janeiro, RJ) e Pinacoteca de São Paulo (São Paulo, SP).

Textos