
1946, Las Palmas de Gran Canaria, Espanha
Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ
Filho de diplomatas, neto de J. Carlos e bisneto do Barão de Rio Branco, Miguel Rio Branco nasceu nas Ilhas Canárias. Fotógrafo, diretor de cinema e criador de instalações multimídia, Miguel começou expondo pinturas (1964) e depois veio a trabalhar com filmes e fotografias (1972). Nos anos 1980 foi reconhecido internacionalmente pelo seu trabalho de imagens com contraste cromático que salientam os paradoxos humanos por meio de temas como a violência, a sensualidade e a morte. Ao diluir os contornos das imagens e criar jogos de espelhamentos e texturas, sua poética realiza-se na proposição de uma espécie de colagem e arquivo vivo das impressões captadas. Os polípticos, recorrentes em sua prática, são exercícios acerca das possibilidades de moldagem das imagens na busca do artista por construir narrativas intermináveis. Essa constante construção é um legado de sua prática com a linguagem do cinema, na qual a imagem não se fixa nem como começo nem como fim.
Nos últimos anos, participou de exposições individuais na França, na Espanha, no Japão, na Holanda, na Suécia e no Brasil. Possui, desde 2010, um pavilhão dedicado a sua obra em Inhotim (Brumadinho, MG). Realizou a exposição Negativo Sujo no Parque Lage, em 1978, que agregava uma interpretação poética a uma espécie de “fotodocumentarismo”. Entre as exposições individuais recentes, destacam-se as realizadas em: Le BAL, Paris, França; Instituto Moreira Salles, São Paulo, SP (2020); Museu de Arte de São Paulo, SP (2017); Magnum Photo Gallery, Paris, França (2016); e Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP (2014).
Entre as coletivas, estão: The New MoMA, Museum of Modern Art, Nova York, EUA (2019); 33ª edição Bienal de São Paulo – Afinidades afetivas, SP; Maison Européene de la Photographie, Paris, França (2018); Troposphere, Beijing Minsheng Art Museum, Pequim, China (2017); Os Muitos e o Um, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP (2016); América Latina 1963-2013, Fondation Cartier pour l’Art Contemporain, Paris, França (2013); Changing the Focus – Latin American Photography 1990-2005, Museum of Latin American Art, Long Beach, EUA (2010); entre outras.
Rio Branco dirigiu curtas e longas-metragens desde a década de 1970, dentre os quais 14 curtas-metragens e oito longas. Entre estes, Nada Levarei Qundo Morrer Aqueles que Mim Deve Cobrarei no Inferno ganhou o prêmio de melhor fotografia no Festival de Cinema de Brasília, o prêmio especial do júri e o prêmio da crítica internacional no XI Festival Internacional de Documentários e Curtas de Lille, França, 1982.
Suas fotografias foram publicadas em diversas revistas, como Stern, National Geographic, Geo, Aperture, Photo Magazine, Europeo e Paseante. Miguel Rio Branco possui obras no acervo de coleções públicas, que incluem as seguintes instituições: MoMA - Museum of Modern Art, Nova York, EUA; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, RJ; Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP; Museu de Arte de São Paulo, SP; Centro Georges Pompidou, Paris, França; San Francisco Museum of Modern Art, Nova York, EUA; Stedelijk Museum, Amsterdã, Holanda; Museum of Photographic Arts of San Diego, EUA; e Metropolitan Museum of New York, EUA.