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Foto: Ana Pigosso
Foto: Ana Pigosso
Foto: Ana Pigosso
Foto: Ana Pigosso
Sorte, 2022, costura sobre feltro
Breu, 2022, costura sobre feltro
Beira, 2022, costura sobre feltro
Tremor, 2022, costura sobre feltro

Press Release

Guga Szabzon (1987, São Paulo, SP) utiliza a costura sobre placas de feltro, em sua maior parte de grandes dimensões, para construir imagens que se assemelham a ensaios cartográficos, paisagens ou, ainda, desenhos que sugerem automatismo e rapidez. Esses trabalhos são realizados no contraste entre o gesto da mão e a imprevisibilidade da costura por meio da máquina. Em suas obras recentes, selecionadas para a primeira exposição individual da artista na Millan, as linhas se tornaram autônomas, sua produção assume suportes de maiores dimensões, bem como intensificam a liberdade de experimentação com as formas e materiais.

Tremor (2022) – que dá título à exposição – é um dos destaques entre as obras inéditas da mostra. O trabalho se estende da parede até pousar sobre o chão. Nele, linhas formadas com alternância de cores primárias se estilhaçam em tracejados cujo declive é sugerido por essa passagem progressiva entre movimentos dotados de direcionamento espacial à completa dispersão. “O título da mostra faz menção a essas brechas, acidentais e intencionais, que irrompem continuamente entre os movimentos e relações das linhas que coexistem nos trabalhos de Guga”, escreve o curador da mostra. Tal movimento é enfatizado pela própria ocupação dos trabalhos no espaço expositivo, revelando um pensamento que perpassa toda a mostra.

Em seu processo, Guga Szabzon se volta para o tecer, a escrita e o desenho como práticas que se misturam. Pela primeira vez, serão apresentados os cadernos da artista que são utilizados para registrar sonhos, desenhar, fazer colagens, reunir escritos poéticos e conjuntos de frases ditas ou escutadas em seu cotidiano – que posteriormente informam sua obra em tecido seja formalmente, seja recuperando frases que irão nomear ou serem tecidas nos trabalhos em feltro. As obras carregam a ideia de mapas feitos à mão que registram as impressões sensíveis de pequenos acontecimentos (Ventania, 2022) a estados oníricos.

Tremor é a quinta individual da artista e sua primeira na Millan, desde que sua obra passou a ser representada pela galeria em fevereiro de 2022. A exposição tem abertura no dia 21 de janeiro e ocupa o térreo e o mezanino da galeria. A curadoria fica a cargo de Cristiano Raimondi, com assistência de Daniel Donato Ribeiro.

Texto curatorial de Cristiano Raimondi