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Pálpebra 20/03 >> 15/05/21

Pálpebra

20/03 >> 15/05/21
20/03 >> 15/05/21
Felipe Cohen
Pálpebra
Sobre

A exposição Felipe Cohen: Pálpebra, quarta individual do artista nascido em São Paulo, em 1976, reúne 10 obras — sendo 8 pinturas e 2 objetos — e parte da ideia de desmaterialização do horizonte através da reflexão, fenômeno que tem sido objeto de estudo presente nas peças produzidas pelo artista na última década.

A partir dessa pesquisa, Cohen vem concebendo trabalhos que destacam a profundidade e o fenômeno da luz e seu efeito na ampliação da sensação espacial bem como suas afecções sobre a experiência temporal de uma imagem. Na exposição na Galeria Millan, a ocorrência da reflexão é articulada a partir da perspectiva da paisagem abrangendo questões do campo geométrico e simbólico.

Na série de pinturas, cujo título é emprestado à exposição, Cohen articulou formas circulares de mesmo tamanho com linhas horizontais, buscando situações de entrelaçamentos e sobreposições em que a unidade modular se diluísse no todo através da seleção das áreas que receberiam a tinta. “Como nas vitrines, nas quais foram inspiradas (série de objetos que venho fazendo desde 2013), há uma clara alusão a paisagens de poentes em horizontes líquidos, criando assim situações de reflexão e espelhamento”, explica o artista.

“Produzir paisagens, seja nas vitrines ou nas pinturas, sempre foi pra mim um pretexto para falar de articulações possíveis entre luz, tempo e espaço. O que me pareceu interessante desde o início do ato de articular essas formas foi a forma com que, com o mesmo módulo circular — símbolo do movimento cíclico —, era possível criar inúmeras situações de topografias e sugestões de profundidades”, conta. “As formas encontradas nessas pinturas me remeteram também a dois olhos, na maioria das vezes com uma pálpebra aberta e outra fechada, uma espécie de olhar da paisagem para o espectador. Me pareceu interessante esse segundo espelhamento, uma paisagem que olha de volta para o espectador”.

A exposição conta também com dois objetos feitos com copos de vidro e basalto que ocupam o espaço da vitrine da galeria. As pedras foram esculpidas a partir das formas dos copos criando uma relação de estranheza  entre o conteúdo sólido, opaco e negro e a transparência dos vidros. Em um dos objetos a matéria pesada parece levitar dentro do conteúdo entre os copos. No segundo objeto acontece um movimento simétrico de expansão da matéria em direção às bocas dos copos, criando assim duas formas cônicas espelhadas pela sobreposição dos copos.

Comunicado importante: devido às restrições da Fase Roxa, de 15 de março a 10 de abril de 2021, a exposição será aberta à visitação mediante novas diretrizes do Governo do Estado de São Paulo.