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Quase Auroras 18/10 >> 19/12/09

Quase Auroras

18/10 >> 19/12/09
18/10 >> 19/12/09
Tunga
Quase Auroras
Sobre

A série Quase Auroras, composta de cerca de 30 desenhos (2005 a 2009), é originária de uma experiência de Tunga com certo objeto que estava em seu ateliê – uma garrafa de cristal posta sobre sua mesa de trabalho. A peça durante muitas jornadas serviu para o artista pousar o olhar, de onde então partiam seus devaneios.

O objeto chegou a alcançar a afetividade de um talismã. Tunga, aos poucos, foi colocando na garrafa fios de cabelo, correntinhas, fragmentos de imã e até o líquido amarelo de sua própria urina, radicalidade, orgânica e experimental, recorrente em sua vida e em sua obra, sempre viscerais. “Tinha a nítida impressão de que fora feito através de mim, não por mim, algo como psicografado, talvez por isso me atraía, produzia efeitos colaterais, remetendo a projeções...”, afirma o artista.

A peça passou então a acompanhar os longos silêncios em frente ao papel, do artista que diariamente ocupa seu local de trabalho. “Não raras vezes me surpreendi olhando o vazio embora visasse o ‘troféu-talismã’. Se assim digo é porque nele depositava uma quantidade de fonte de inspiração. Não que o usasse como modelo para meus desenhos, mas na contemplação dele via outras imagens como que subjacentes a ele, vapores ou sombras de naturezas totalmente diversas”, escreve Tunga no catálogo da exposição.

A percepção visual dos brilhos e reflexos projetados pelo objeto levou o artista a denominar o que involuntariamente havia construído de “phanocópio de projeção”. Impregnado por essas imagens luminosas e oníricas, Tunga desenvolve a série de desenhos, por ele revelada como “phanografias cromáticas de deposição”.