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Velha ponte de pedra e outras pinturas 02/09 >> 01/10/11

Velha ponte de pedra e outras pinturas

02/09 >> 01/10/11
02/09 >> 01/10/11
Rodrigo Andrade
Velha ponte de pedra e outras pinturas
Sobre

Continuidade da pesquisa iniciada com a série apresentada na 29a Bienal de São Paulo, as oito pinturas de grandes e médias dimensões são criadas a partir de fotos e com enormes quantidades de tinta

Em sua produção atual, Rodrigo Andrade tem retomado a figuração como mote de suas obras, que se desenvolvem em torno de um jogo entre a fantasia e o desvelamento de seus mecanismos através da dimensão material e concreta da pintura. Oito obras inéditas dessa fase, todas de 2011, podem ser vistas na exposição Velha ponte de pedra e outras pinturas, individual do artista com abertura dia 01 de setembro, quinta-feira, das 20h às 23h na Galeria Millan. A mostra se estende até 01 de outubro.

Quatro pinturas de grandes dimensões (com 240 cm de altura e larguras que variam entre 360 e 480 cm) ocupam o espaço expositivo do térreo da Galeria. Outras quatro obras, de tamanho médio (120 x 180 cm), ficam no mezanino. A pintura Velha ponte de pedra à noite, que dá nome à exposição, parte de um tema essencialmente pitoresco e vulgar, ligado à tradição do século XIX. As imagens fotográficas que serviram de base para esta e mais duas obras foram obtidas numa viagem feita pelo artista à Escócia especialmente com esse propósito. Além dessas três imagens, que são noturnas, compõem a exposição, entre outras, as pinturas Ponte de concreto sobre riacho ao entardecer e Bicicletaria (de cenas suburbanas brasileiras diurnas) e Interior com máquinas de jogo e espelho.

Assim como na série Matéria noturna, exibida na 29a Bienal de São Paulo, as pinturas foram criadas a partir de fotos; ao contrário da exposição anterior, que explorava paisagens noturnas, a mostra atual não possui uma unidade ou centro temático. Mesmo sendo evidente a continuidade em relação à série exibida na Bienal, as obras apresentadas na Galeria Millan são resultado de um movimento de expansão das possibilidades desse modo de pintura. Uma dessas possibilidades é o uso da cor, que aparece de forma sutil em duas delas.

O jogo entre a ilusão de profundidade da pintura figurativa e a materialidade concreta da obra, acentuada pelas grandes quantidades de tinta, continua a existir nos trabalhos apresentados em Velha ponte de pedra e outras pinturas. Dessa forma, o artista convida o espectador a um duplo movimento: entrar no espaço virtual da pintura ao mesmo tempo em que rompe a ilusão pictórica através da consciência da dimensão material da superfície.

Aspecto fundamental para o funcionamento desse mecanismo é a dimensão das telas exibidas no térreo, a qual potencializa a relação física do público com a obra. Para realizar essas quatro pinturas, o artista utilizou cerca de 40 litros de tinta em média em cada uma delas, e as obras pesam de 60 a 100 quilos. Rodrigo transfigura, assim, suas imagens bidimensionais em massa, volume e textura.