ARCOmadrid 2025
Daiara Tukano, Yaymahsã, 2021 (detalhe)
Foto: Choreo
Foto: Choreo
Foto: Choreo
Foto: Choreo
Daiara Tukano e Gustavo Caboco participam da ARCOmadrid, que ocorre de 5 a 9 de março, integrando a exposição Wametisé: ideias para um amazofuturismo. A curadoria é de Denilson Baniwa, María Wills e do Institute for Postnatural Studies.
O setor curado parte de reflexões sobre a crescente presença de artistas indígenas no circuito da arte contemporânea, apresentando obras que contribuem para a constituição de novas formas de olhar o mundo, inspiradas nos modos de vida ancestrais e atuais da Amazônia.
As pinturas Yaymahsã, Miriãporã mahsã e MahkãPirõ mahsã (2021) de Daiara Tukano retratam em cores vibrantes entidades híbridas, cujos corpos são de mulheres combinadas com onça, arara e serpente, respectivamente. Na cosmologia Tukano, elas são responsáveis pela proteção das matas e por impedir que o sol forte queime o solo fértil. Uma pintura pendente, medindo mais de dois metros de altura, completa a seleção. A obra faz alusão a ancestrais comuns dos Tukano, mulheres responsáveis pela origem das plantas, animais e pessoas que habitam o mundo.
Por sua vez, Gustavo Caboco aparece na exposição com uma seleção exemplar de sua prática multidisciplinar, com obras em pintura, fotografia e vídeo. Pé no chão, pé no céu (2017-2024) e Inversões e autonomia 1 (2022) são telas que exploram uma imagem-metáfora comum no raciocínio do artista e convidam a uma mudança radical na perspectiva pela qual observamos o mundo, resgatando o saber Wapichana ligado à agricultura e à relação com a terra.
Para o artista, tais inversões passam por desvelar os mecanismos coloniais que deslocam e apagam os conhecimentos indígenas. No vídeo Erva do diabo (2020), o artista utiliza peças do acervo do Museu Paranaense para traçar uma narrativa que mostra como o mate, uma erva utilizada em rituais dos povos Guarani, foi condenado pela igreja católica e hoje é uma popular bebida industrializada.
As ruínas do Museu Nacional do Rio de Janeiro são o objeto do trabalho fotográfico feito por Gustavo Caboco, Roseane Wapichana, Lucilene Wapichana e Wanderson Wapixana. O trabalho intitulado Não apagarão nossa memória (2021) tematiza os objetos indígenas que foram destruídos após o incêndio que tomou o edifício em 2018, e, de modo geral, sobre a presença desses objetos em instituições museológicas ao redor do mundo e sobre como foram destinados a elas.







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