MENU
SP-Arte 2022 06/04 >> 10/04/22

SP-Arte 2022

06/04 >> 10/04/22
Stands F7 e F11
São Paulo, Brasil
06/04 >> 10/04/22
SP-Arte 2022
Stands F7 e F11
São Paulo, Brasil
Sobre

Millan apresenta dois novos projetos para a 18ª edição da SP-Arte: um estande individual de Nelson Felix (1954, Rio de Janeiro, RJ) intitulado Ensaio para o desconforto, e um projeto coletivo que recebe o título Jogos de linguagem.

Originalmente concebido para a edição de 2020 da feira, o estande individual de Nelson Felix propunha uma meditação sobre possibilidades de intervenções em contextos de desconforto e estagnação. Com o advento da pandemia e de novas crises globais, o projeto afirma e amplia o seu sentido.

Nele, o artista propõe a compreensão da produção artística como um campo para ações transformadoras que intervém em situações de incômodo prolongado. Nesse sentido, o próprio ato de desenhar ou esculpir é definido como uma interferência sobre a matéria e sobre o pensamento. Trata-se de uma expressão que reage ao inerte e, assim, é capaz de transformar determinada situação dada.

No projeto coletivo Jogos de linguagem, a seleção dá destaque a trabalhos de artistas que ingressaram recentemente na Millan junto à artistas de outras gerações e cujas práticas se processam em diversos meios e materiais. A partir da extensa conjunção de técnicas, objetos e assuntos, ao adentrar o estande podemos delinear diferentes fatores que condicionam o exercício expressivo e as estratégias de construções de significado empregadas em cada trabalho.

Jogos de linguagem não dizem respeito apenas aos aspectos formais, linguísticos ou conceituais das obras. Elas implicam um conjunto de regras que envolvem os sujeitos que participam dessa linguagem, seus modos de vida, contextos de produção e usos que atribuem a determinadas técnicas ou signos visuais. Essa aventura se inicia com uma abertura radical proporcionada pelo ato de criação, no qual cada artista tateia signos, utilizando uns e descartando outros. Por isso, esse tateamento apresenta também os seus silêncios, isto é, os signos que foram abandonados.

A partir dessa chave de contato com as obras, parte da seleção traz a experiência de estar diante de um objeto que se encaminha para um esgarçamento visual limítrofe. Obras nas quais é possível perceber ora uma linguagem silenciosa, ora  uma composição visual sincopada que não afirma nenhuma percepção ou sentido unívoco. Em outros casos, os jogos de linguagem assumem um caráter quase matemático: o cálculo, operações com escalas e volumetrias guiam a construção desses objetos. Há ainda dentre esses trabalhos uma imbricação de linguagens de outros campos disciplinares que, por vezes, se confundem com experimentos científicos. Objetos cuja presença no espaço cria situações enigmáticas e sugestivas de fenômenos de transubstancialização.