Cassio Michalany

A obra de Cassio Michalany utiliza desenhos, pinturas e relevos de madeira como os principais suportes para elaborações fundamentalmente pictóricas a respeito da cor, luminosidade, matéria e a relação entre esses elementos. Nela, a cor, oriunda de uma paleta singular, aparece como matéria em si, cuja aproximação e convivência resultam em variadas estruturas perceptivas que abordam, também, os limites entre pintura e tridimensionalidade.

Em um caminho inverso ao da serialização dos objetos, a repetição na obra de Michalany convoca uma observação demorada e meticulosa para a lógica própria das sutis variações — ou permutações — cromáticas que, por sua vez, reverberam relações sociais contemporâneas e debates postos pelo construtivismo geométrico e pelo minimalismo.

Radicalmente comprometido com seu vocabulário, Cassio Michalany teve sua contribuição para o cenário artístico marcado por sua mostra retrospectiva no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, em 2003 e pela publicação dos livros Cassio Michalany: pinturas (2001), com texto de Rodrigo Naves e Como anda a cor: trabalhos recentes de Cassio Michalany (2005), com texto de Tiago Mesquita.

Entre suas principais exposições individuais estão Pinturas: Permutações de cor, na Estação Pinacoteca, São Paulo, em 2011; Pintura sobre parede, no Centro Maria Antonia, São Paulo, em 2004; além de históricas exposições realizadas no Centro Cultural São Paulo em 1999 e 1992.

Entre suas participações em exposições coletivas, destacam-se 19ª Bienal de São Paulo, em 1987; as 17ª e 20ª edições do Panorama da Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 1986 e 1989, respectivamente; O Que Faz Você Agora Geração 60?, no Museu de Arte Contemporânea da USP, São Paulo, em 1991 e a Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal de São Paulo, em 1994.

Cassio Michalany iniciou sua trajetória artística na década de 1960. Formou-se em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP) em 1973 e Estudou desenho com Luiz Paulo Baravelli e Frederico Nasser entre 1967 e 1968. Obteve o prêmio aquisição no 4ª Jovem Arte Contemporânea do Museu de Arte Contemporânea, em 1970, e no 7º Salão Paulista de Arte Contemporânea, em 1976.

Seus trabalhos integram as coleções do Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado — MAB-FAAP; Pinacoteca de São Paulo; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo — MAC-USP; Museu de Arte Moderna de São Paulo — MAM-SP.