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Leste do Éden 07/05 >> 08/06/24
Coletiva

Leste do Éden

Coletiva
07/05 >> 08/06/24
Curadoria
Antonio Gonçalves Filho

Pedro Figari, Pericón bajo los ombúes, c. 1930

07/05 >> 08/06/24
Leste do Éden
Curadoria
Antonio Gonçalves Filho
Júlio Martins da Silva
Paulo Pasta
Pedro Figari
Sobre

A exposição Leste do Éden aborda o sentimento de exílio transfigurado nas pinturas de Júlio Martins da Silva (1893, Icaraí, RJ – 1978, Rio de Janeiro, RJ), Paulo Pasta (1959, Ariranha, SP) e Pedro Figari (1861–1938, Montevidéu, Uruguai). Com curadoria de Antonio Gonçalves Filho, a coletiva acontece simultaneamente nas galerias Millan e Estação, ambas em Pinheiros, São Paulo, a partir de 7 de maio.

Leste do Éden é uma referência a Nod, território bíblico habitado por Caim após matar seu irmão Abel. Viver em Nod, “a leste do Éden”, seria, portanto, uma espécie de punição, explica o curador. Nesse sentido, a sobrevivência às diferentes formas simbólicas de exílio é um traço que marca as paisagens que compõem a exposição — algumas vezes idílicas, caso das telas de Júlio, outras vezes alegóricas, como nas pinturas de Figari, ou atmosféricas, caso das criações que remetem à memória afetiva de Pasta.

“As exposições, simultâneas, foram pensadas para que cada um dos aspectos mencionados sobre a pintura dos três artistas possa ser conferido com a associação imediata da ligação entre eles”, explica Gonçalves Filho. “De certo modo, Figari, um brilhante advogado e escritor que foi amigo de Bonnard, Marquet, Léger e Picasso nos anos 1930, em busca da sua identidade latina em Paris, foi buscar no passado uruguaio elementos para entender o presente modernizador da França pós-impressionista, assim como Pasta, que teve igualmente contato com os mais brilhantes pintores, especialmente Iberê Camargo, e tenta construir uma paisagem contemporânea sem renegar as origens e a tradição pictórica. Júlio, que começou a vida na roça, logo procurou um professor quando começou a pintar, aos 29 anos de idade, adotou o culto luterano e aprendeu a ler só para ter acesso à grande poesia e reconstruir o paraíso a seu modo. A ligação dos três pintores com a literatura é visível nas duas exposições. Ambas se complementam com obras que formam uma suíte em que cada pintura autônoma acaba formando esse grande painel poético sobre a paisagem”, conclui Gonçalves Filho.

Esta é a segunda mostra em parceria das duas galerias —em 2014, Millan e Estação organizaram a coletiva Quase Figura, Quase Forma, com curadoria de Lorenzo Mammì. Leste do Éden também conta com a colaboração da Galería Sur, de Punta del Este, que gentilmente emprestou as obras de Pedro Figari na exposição.

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