A pintora Maya Weishof (1993, Curitiba, PR, Brasil) inaugura O último dia do século, individual que sucede mostras da artista em Paris, Londres e Coreia do Sul. Com texto crítico assinado pelo curador Renato Menezes, a exposição estreia na Millan em 11 de novembro, sábado, e marca o fim do programa de 2023 na galeria.
Inéditas, as obras que compõem a exposição mostram os desdobramentos mais recentes da pesquisa de Weishof, que mergulha profundamente no fazer da pintura. São trabalhos que mesclam diferentes técnicas e acabamentos para criar cenas limítrofes entre noite e dia, corpo e paisagem, o sonho e a vigília, prazer e pavor, simultaneamente apocalípticas e catárticas. Mais do que explorar os contrastes entre esses elementos, Weishof investiga como eles se constituem mutuamente e como habitam a psique humana.
Nesse sentido, o título da exposição —O último dia do século—, referência a uma frase de Jean Delumeau no livro A história do medo no Ocidente, fala sobre o os efeitos apavorantes e sedutores do desconhecido.
No texto crítico que apresenta a exposição, Renato Menezes afirma que “a origem da pintura de Maya Weishof é a cor, e é à cor que ela se destina. Não há figura sua que não seja feita de cor, assim como não há espaço vazio que não seja preenchido por ondas multicoloridas. É pela cor que se destrava a espiral de seu olhar: não há limites, não existe pureza, e linhas retas são rigorosamente profanadas, com a segurança de quem confia na energia de seus pincéis”.
A exposição na Millan marca também uma incursão inédita da artista na criação de vitrais, que adornam as janelas da galeria. A artista pintou sobre os vidros as mesmas criaturas e formas que habitam suas pinturas. O suporte inusitado na arte contemporânea se relaciona às igrejas barrocas e do renascimento que servem como inspiração para a artista e já foram suporte para criações de Marc Chagall, que também a inspiram.
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