Apresentamos Sem palavras, só pintura, nova individual de Miguel Rio Branco na Galeria Millan. A mostra propõe a primazia da linguagem visual sobre quaisquer temas ou narrativas externos às imagens.
A Galeria Millan e Miguel Rio Branco estiveram em colaboração durante duas décadas. No decurso desta história, o artista ganhou diversas exposições individuais, sendo a primeira realizada em 2002, intitulada Teoria da cor; seguida pelas mostras Gritos Surdos (2004), Dislecsia (2007), Divagações de um Fugu Delirante (2009), La mécanique des femmes 2 (2012) e Barro (2016).
“Em tempos onde sentimos vontade de ficar calados, espero poder indicar caminhos, alguns agradáveis, outros menos, mas direções longe da quietude assustadora”, acrescenta o artista. Seus trabalhos exploram ao máximo o potencial de diversas linguagens visuais, alcançando a integração de umas com as outras. Combinando imagens fotográficas, Miguel Rio Branco cria ritmo, volumes e perspectivas que sugerem processos da montagem cinematográfica.
De acordo com o artista, “a mostra é apenas um diálogo entre imagens sem lugar nem tempos específicos. Do pictórico ao simbólico, longe dos temas que são em geral a sina de quem pensa fotografia e sempre a relaciona a um lugar, a uma época, a um documento, a uma proposta social. Não que as imagens fotográficas deixem de ser algum tipo de documento, sempre serão. A diferença aqui é vinda das influências da pintura, de colagens e do cinema. Entramos em situações de estética visual emocional onde o tapete da realidade é puxado sob os pés de quem não conhece a minha obra, que vem se encaminhando nessa direção desde meados dos anos 1970.” As obras reunidas nesta exposição evidenciam o olhar subjetivo de Miguel em sua relação com a arte como ato de construção formal de espaço, objetos e situações.